sábado, 14 de maio de 2011

Aceitando os cabelos brancos

O tempo da faculdade é um dos tempos mais interessantes de nossas vidas. Uma mudança de realidade. A sensação que tinha - e lá se vão quase 20 anos - era de um frescor tão grande. E, ao mesmo tempo, a certeza de que nada seria como antes, que agora as coisas eram comigo, e não mais com meus pais.

Mais legal ainda, é poder, nesses tempos de internet e redes sociais, manter contato, mesmo que virtual, com uma boa parte dos amigos dessa época. 

Eu participo de um grupo desses. Vários dos colegas de turma da ciência da computação do segundo semestre de 1990 da UFF participam comigo de uma lista de discussões, onde podemos saber como vai a vida, de quem está perto e de quem está longe.

Essa semana a lista se movimentou. Alguém enviou para o grupo algumas fotos daqueles dias iniciais e foi uma nostalgia impressionante. Confessei, no grupo, que "me ver" 20 anos depois foi tão especial que cheguei a sonhar com aquele tempo.

Um dos trend topics de hoje, 14/05/2011, no twitter, é sobre um programa no SBT falando dos trinta anos de emissora. É interessante perceber essa mesma nostalgia nos comentários das pessoas: "Aquele desenho",   "Aquela música".

Eu não sei se o que ocorre é que olhamos para trás e lembramos dos nossos sonhos, nossos ideais e  percebemos que alguns sonhos se realizaram, outros não. Que alguns ideais não continuaram fortes em nós como a gente gostaria.

Pode ser, quem sabe, que o problema não é quem nós éramos, mas quem nós nos tornamos. As responsabilidades e as relações profissionais nesse mundo competitivo, formaram homens e mulheres que perderam um tanto daquele vigor e paixão juvenil, onde o outro era apenas meu colega e não um potencial concorrente.

Algumas coisas realmente não faziam sentido, a não ser para aquele garoto com 20 kg a menos, e ficaram por lá.

Mas outras não. Poderiam muito bem estar presentes agora, porque faziam muito bem a alma. Nada deveria ter tirado isso de nós. A paixão pelo novo. A confiança no outro. A amizade que surgia fácil, sem barreiras. A gente não devia ter deixado isso nos primeiros períodos da faculdade. Nos tornamos mais sábios e menos tolos, mas não quer dizer que deveríamos nos tornar cínicos!

Ainda podemos pegar o violão e cantar aquelas canções que nos eram tão queridas.

Só precisamos aceitar os cabelos brancos. Sem problemas. Estão brancos. Mas isso não quer dizer que a alma não possa ser jovem.

Depende de cada um de nós.

Mas é possível.

Um comentário:

Roberto de Assis disse...

As roupas ... o melhor de tudo na foto são as roupas!