sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Financiando a loucura? Eu também?

Hoje eu recebi um email muito legal.

Um desabafo de alguém que está vendo toda essa loucura a qual o Grande Rio está submetido.

Tráfico é financiado por quem consome drogas ilícitas. Esse é o ponto do email que recebi. E eu concordo com isso. Se tiramos a grana do tráfico diminuimos a força dele.

Mas meus amigos, vício é coisa muito violenta. Só quem conviveu com viciado sabe o que é o cara chorar porque não consegue se controlar.

Então, vou pedir licença para dizer algumas coisas. O assunto merece um tratamento muito mais extenso que não posso dar. Mas gostaria de expressar um pensamento rápido. E sei, de antemão, que talvez não seja entendido, ou até mesmo seja criticado por exagerar.

A pessoa que escreveu o email muito provavelmente curte comprar uma roupinha legal, andar na moda. Um carro novo a cada três anos. Essas coisas normais. Nada mais natural em nossa sociedade. Afinal, ela estudou e trabalhou para isso.

O problema - e uma leitura de nosso "amigo" Zygmunt Bauman (livros aqui) ajuda muito nesse sentido - é que esse prazer de comprar coisas vai se tornando, também, um vício. E esse vício tem criado toda uma camada de marginalizados que querem poder ter as mesmas coisas, mas não podem.

Ora, o que deseja um soldado do tráfico? Grana e poder. Simples assim. E para quê? Entre outras coisas, para poder ter as mesmas coisas que nós, "riquinhos classe média" podemos ter. Mas, infelizmente, eles não tiveram as mesmas oportunidades que nós. Não tem uma família estável, não estudaram em bons colégios e não tiveram bons amigos.

Talvez alguns da classe média de hoje também não tiveram essas condições e chegaram lá. Mas entendo que não são o padrão.

Não estou, de forma nenhuma, diminuindo o fato de que os soldados do tráfico são maus, e devem pagar pelo que fazem.  Quem erra deve pagar pelo erro. Muito menos diminuo o fato de que o dinheiro de quem curte usar um cigarrinho de maconha de vez em quando - assim como o dos viciados pesados - os financia.

Mas, me parece, nossos vícios também estão alimentando essa máquina. O fato de que não são vícios em coisas ilícitas não diminue sua importância.

José Eduardo - que não é viciado em drogas, mas reconhece outros monstros em si.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A grande cilada: Quem é o seu Deus?

E sereis iguais a Deus. o pai da mentira, no livro das origens

 
Essa semana terminei de ler o excelente livro, Deuses Falsos, de Timothy Keller. Com a habitual qualidade na condução de seu texto, o autor apresenta o que para mim se tornou uma caça pessoal: a busca aos falsos ídolos em nossas vidas.

E como eles estão lá, escondidos, conduzindo nosso dia a dia a forjando nossa forma de ver o mundo!

O livro segue uma ordem muito interessante. Apresenta um falso ídolo - alguém, ou algo, que toma o lugar de Deus em nossas vidas - e mostra um exemplo bíblico onde o mesmo ídolo aparece, bem como a forma de "lutar " contra ele. Me parece ser uma das melhores formas de expor algo: Com a bíblia.

Esse é um resumo muito rápido dessa obra, que, me parece, é leitura obrigatória para cada um de nós, cristãos que vivemos em um mundo repleto de ídolos, que estão prontos a nos atacar ao dobrarmos a esquina.

Entretanto, o achado mais importante da leitura foi entender que por trás de todos os ídolos apresentados pelo autor, se encontra o maior de todos os substitutos de Deus em nossas vidas: nós mesmos.

Creio que nós somos o maior ídolo de nossas vidas.

Não foi, por acaso, esse ídolo mor que levou nossos pais à queda? Não foi essa brecha que a serpente encontrou para minar os seus coraçōes?

E, seja sincero, não é por nos colocar no lugar de Deus que, vez após a outra, criamos nossos falsos "sub ídolos"? Dinheiro, poder, sexo, amor, família, todos os outros ídolos apresentados por Keller, só crescem em nossa adoração porque por trás deles está o nosso ego, insuflado pela "possibilidade" - só o pai da mentira para nos fazer acreditar nisso! - de se colocar como o ser principal a ser louvado e adorado.

É quando eu me tomo por deus que o dinheiro vira prioridade, pois através dele o deus Eduardo é "saciado" em seus desejos. Quando eu sou meu deus, preciso ser amado e considerado o melhor no que faço, pois senão mando "tempestades" e impossibilito o colheita do ano. Mesmo que essas tempestades venham em forma de depressão - pela falta de reconhecimento - ou na forma de desprezo pelos outros.

Quando esse deus de meia tigela acha que é o "bam bam bam" surgem as guerras - essa riqueza é minha, essa terra é minha - e as difamações. Claro! Só pode haver um deus, e tem que ser eu e não o outro!

Então vem a crise, pois ninguém é capaz de se sustentar muito tempo como deus. É nesse ponto da vida que muitos de nós nos encontramos: cansados e sobrecarregados por carregar o fardo de sermos deuses. Fardo impossível. Pesado e desumano. Fardo colocado sobre nós por nosso pecado, nossa criação e o mundo que nos cerca.

O pior é que, sem perceber, sorrateiramente, reproduzimos a mesma coisa em nossos filhos. Estamos criando novos deuses em nossos lares e precisamos, urgentemente, desmascarar esse processo e quebrarmos esse ciclo.

Como diz Keller em seu livro, somos seres que precisam de ídolos. Precisamos retornar ao nosso verdadeiro objeto de adoração, a quem destinamos o melhor que temos. Tempo, dinheiro. Vida.

Somente assim iremos sanar nossas emoções, nossas vidas. Porque, então, poderemos ficar quietos – o que não quer dizer apáticos – e reconhecermos que o Senhor é Deus. Nele está todo o controle e todo o bem para nossas vidas.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Uma carta do inferno

Certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim. Que perguntar carece: Como não fui eu que fiz? É o que diz a música cantada por Milton Nascimento (Se não engano, composição dele com Tunai).

Quem é músico, certamente já experimentou essa sensação. 

Creio que ela se aplica, também, aos que escrevem.

Dias atrás, postei um texto sobre como seria uma ceia com Jesus, deixando a imaginação correr solta.

Não é que encontro, nas caminhadas pelo mundo virtual, um texto que vai bem nessa linha? 

Como seria uma carta enviada do inferno pelo homem rico (Lc 16:19-31)?

Como o texto está em inglês, pedi autorização ao blogueiro que o publicou para traduzir para o português e publicar aqui no Coração de Carne.

Peço aos amigos que deixem a imaginação passear um pouco, com liberdade. Não é um texto que se propõe a ser teológico, mas sim a atiçar nossas mentes.

O que segue não é uma tradução literal. Eu creio que isso nunca fica bom. "Versão" seria uma melhor classificação. Editei o texto para que ficasse mais próximo do que seria em português. Eu sei que é muita audácia minha fazer isso, mas do que vale a vida se não tivermos esse tipo de coragem? Por favor, qualquer erro por favor me informem para que eu faça a correção.

O original está no link mais acima. Os que quiserem dar uma lida fiquem à vontade. Finalmente, thanks Mark and Pastor Jeremy Rhode to allowed me to do it (obrigado ao Mark e ao Pastor Rhode por me permitirem a tradução ao português).

(crédito da imagem: http://setimoportal.wordpress.com/2008/06/18/o-inferno-de-dante/)

Uma carta do inferno


Caríssimos irmãos,


Como posso explicar esta carta para vocês? Como irão acreditar em mim ... que esta carta vem do outro lado? Só me resta orar Àquele a quem abandonei para que, de alguma forma, ela chegue até vocês a tempo.


Meus irmãos, eu imploro – a cada um de vocês, todos os cinco - escutem-me como se suas vidas dependesse disso. Não, meus irmãos, me escutem como se sua alma e toda a eternidade dependesse disso. Porque a vida que vocês vivem agora, a segurança que vocês têm agora ... não é nada. Tudo isso chega ao fim em um piscar de olhos - olhos que não mais se abrirão - a eternidade irreversível.


Quando eu caminhava pela terra com vocês, e minha vida era como a que vocês vivem agora. Eu era admirado. Era o homem que todos desejavam ser. Ilustre e rico, eu me vestia com a melhor púrpura, e experimentava as melhores roupas. Eu comi e bebi bem, vivendo uma vida de luxo.


Vocês me conhecem, meus irmãos, eu digo a verdade e não minto. Vocês sabem que eu era um bom homem, um frequentador da igreja. Abraão estava em meu peito e Moisés estava em meus lábios. Eu não me tornei rico através da traição ou do roubo. Alcançei riqueza e fui bem sucedido através do trabalho duro e honesto. Eu era um homem de virtude e entendia que era abençoado por Deus, procurando, eu mesmo abençoar a outros. Permiti aos pobres o descanso em minha porta e os alimentei com os restos da minha própria mesa, queridos irmãos. Vocês sabem disso.


Todos os que me conheciam e viam a minha riqueza sabiam que eu era um homem bom, rico em virtudes. Aos olhos, queridos irmãos, aos olhos de todos, eu era tudo o que um bom homem aspira ser.


E é por isso que eu escrevo! Para que seus olhos, queridos irmãos, não lhes traiam.


Vocês veêm e não enxergam. Mesmo agora, em suas mentes, vocês me enxergam como um homem rico. Um homem com muitas posses. O que vocês não não conseguem ver é que essas coisas me possuiam! Vocês não vêem que o dinheiro que eu tinha, me tinha em suas mãos. Você não vêem que o vinho que eu bebia, me sorvia. Você não vêem que todas as coisas boas que eu fiz para os outros, eu fiz porque eles eram bons para mim. Não, meus irmãos, viver pelo "olho por olho" os cegou.


Eu conheço apenas um Homem, queridos irmãos, que podia ver as coisas como elas eram - um Homem cujos olhos não mentem. Eu O encontrei apenas uma vez, mas eu oro para que vocês conheçam o Seu Nome. Só ele viu que os bens que eu tinha, me possuiam - e só Ele me ofereceu liberdade e os verdadeiros tesouros que só são encontrados nEle. Só ele viu que o vinho que bebia, me sorvia ... que a comida que eu consumia, havia começado a consumir-me - e Ele me disse que Ele era a videira verdadeira, o Pão que é Vida. Só ele reconheceu os trapos sujos que realmente eram a minha bondade e justiça. E Ele me ofereceu Sua própria justiça, dizendo que poderia até dar a Sua própria vida.


Ó, meus irmãos, este Homem tem palavras de vida eterna ... mas joguei tudo fora ... e eu o expulsei da minha casa. E de pé na porta, um dos mendigos, um homem chamado Lázaro, olhou para ele e disse: "Senhor Jesus, meu Salvador e meu Deus." Olhando direto nos meus olhos, Jesus me disse: "aquele pobre homem ali, Lázaro, ... ele tem tudo o que tenho ... e não vai demorar muito para você ver que Lázaro não é assim tão pobre, assim como qualquer um que acredite em mim. "


E assim foi queridos irmãos. No momento em que vocês baixaram meu corpo à terra, no momento em que centenas e centenas se reuniram para prestar suas homenagens, para cantar seus elogios sobre mim – exatamente naquele momento, queridos irmãos, quando minha vida estava sendo celebrada - eu estava começando a experimentar as cinzas do inferno, clamando por uma gota de água , atormentado pelo que só pode ser descrito como uma chama. O inferno é real, queridos irmãos, não deixem ninguém lhes dizer outra coisa. Então, levantei os olhos e vi Abraão de longe, e Lázaro ao seu lado. Lázaro, que não tinha nada ... nada a não ser Jesus... agora possuía todas as coisas. Foi até dito que um dia Jesus ressuscitou Lázaro dentre os mortos, e irá ressuscitá-lo novamente.


Eu implorei que Lázaro molhasse a ponta do seu dedo na água e refrescasse minha língua. Mas Abraão me disse: "Filho, você recebeu coisas boas na vida, enquanto Lázaro recebeu coisas más. Agora ele é consolado, e tu és atormentado." E assim eu implorei que Abraão enviasse Lázaro para dizer a vocês, meus irmãos, o que eu agora sei muito bem ... para que vocês não venham para esse lugar de tormento.


Vendo vocês não vêem, queridos irmãos. Se vocês vissem, não iriam desejar a riqueza e o sucesso. Vocês não iriam aspirar, nem por um momento, ser como eu. Se você vissem, não iriam criar os seus filhos para que sejam como eu. Pois de que me aproveitou ganhar o mundo inteiro, quando agora eu sou um filho do inferno?


Se vocês enxergam, então não queiram ser como quem é rico, mas queiram ser como um mendigo, como Lázaro, e implorem pela misericórdia e graça de Deus, enquanto Ele pode ser encontrado. Se vocês enxergam, então procurem, como Lázaro, ao homem chamado Jesus. Diz-se que assim como Ele ressuscitou Lázaro uma vez na vida, irá ressuscitar, para a vida eterna, a todos os que crêem em Seu Nome..


Olhem para o Senhor Jesus, e mesmo que vocês se encontrem um dia deitados na rua, vocês saberão que Ele é o Salvador, que através dele, através de Suas promessas, vocês possuem todas as coisas. Olhem para o Senhor Jesus, e mesmo que vocês se encontrem cobertos de feridas e cercados por cães, vocês saberão que Ele é a sua ressurreição. Sua recompensa virá, pois Ele mesmo é a sua recompensa.


Que ganho há em ser rico e bem sucedido, ter roupas finas e alimentos, se hoje você vai a uma festa no inferno? Qual é o problema, queridos irmãos, em sofrer hoje, se esta noite você vai festejar com o seu Senhor no céu?


Pedi a Abraão, queridos irmãos, para mandar Lázaro pregar o arrependimento e a misericórdia de Jesus para vocês. Abraão se recusou e disse que vocês tinham a Moisés e aos profetas e que vocês não seriam persuadidos, mesmo que alguém ressuscitasse dentre os mortos. É por isso, queridos irmãos, que eu escrevo esta carta desesperada para vocês, esta carta do inferno.


Porque há um só que morreu na cruz por seus pecados, para que vocês fossem perdoados por Deus. Existe Um que derramou Seu sangue por vocês, para que vocês possam comparecer perante o tribunal de Deus - não como eu, que estava no meu próprio manto de púrpura, escarlate como o pecado. Mas para que vocês estejam diante dele vestidos de roupas que foram lavadas em seu sangue. Existe Um que veste vocês com Sua bondade e Sua justiça, e Ele o faz gratuitamente. Este é Aquele que ressuscitou dos mortos, uma vez por todas, Jesus Cristo.


Ele é misericordioso. Mesmo para fazer o que Abraão e Moisés, e todos os profetas não podiam. E eu creio que o Senhor Jesus está permitindo que esta carta do inferno chegue até vocês, para que vocês não cheguem até aqui. Para que ela chegue até vocês através de um homem pobre, um mendigo companheiro. Então, por favor prestem atenção a esta carta, queridos irmãos: arrependam-se e recebam a absolvição por seus pecados. Porque hoje, o próprio Senhor Jesus veio até vocês. Não deixem que seus olhos os enganem, ou que os cuidados deste mundo sufoquem sua fé. Pois ele está aqui para vocês agora: tardio em irar-se e pronto a perdoar.


E vendo vocês enxergarão, quando vocês olharem para o Cristo. Pois vocês podem não estar vestidos de púrpura, mas estarão vestidos dEle. E mesmo que vocês não festejem suntuosamente para os padrões terrestres, Ele lhes serve seu corpo como o Pão da Vida e Seu Sangue, vinho da Videira Verdadeira. E não há nenhuma festa maior do que esta em toda a terra e céu. Desejem, então, com todo o coração, ser alimentados por essas migalhas da mesa do Senhor, que é rico. E mesmo que vocês não tenham uma casa grande com um portão, o mesmo Senhor Jesus prometeu vos preparar um lugar, um quarto na casa de seu Pai. Vendo vocês enxergarão, se somente os seus ouvidos receberem as Suas palavras. Fiquem com Ele e com Suas promessas.


Pois a única coisa que realmente importa na vida... é que existe um certo Homem Rico, de nome Jesus, que se esvaziou, e desceu do céu para viver entre nós. Ele se esvaziou. Ele, que era rico, se fez pobre, para que nós, os pobres, nos tornássemos ricos nEle. Ele se esvaziou, e se tornou faminto para que pudéssemos ser alimentados. Ele se esvaziou e teve sede, de modo que a nossa sede pudesse ser saciada por Ele. Ele esvaziou-se, em sua paixão, e deu o seu corpo ferido, derramando Seu sangue santo para os cachorros. Ele morreu fora dos portões, de modo que todos os que morrem nele, pudessem entrar em Seu descanso. Queridos irmãos, todas essas coisas Ele fez por vocês.


É meu desejo mais profundo, então, queridos irmãos, que vocês nunca venham para este lugar de tormento onde estou - porque não há razão para isso. E se é verdade que vocês não ouvem a Moisés e aos profetas, então ouçam a Ele que retornou da morte para vocês. Ouçam ao Senhor Jesus Cristo, quando Ele diz: "Os teus pecados estão perdoados. Tudo está consumado". Pois mesmo que vocês morram, viverão. Pois ao Seu nome todo joelho se dobrará e toda a cabeça se curvará, no céu e no inferno.


Por causa dEle e por causa do que Ele fez por vocês, minha maior esperança, então, é que eu não os veja novamente. Amém


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Estamos em guerra ou de férias?





Como tenho escrito por aqui, estamos nos acostumando ao mundo com muita facilidade. Me parece, olhando para dentro de mim e no convívio com algumas pessoas, que é de nossa natureza esse movimento de "ir conforme a maré". Creio que, como diz a expressão, gera menos esforço.


É para isso que somos chamados?

O problema, me parece, é que, como cristãos, deveríamos ser norteados não pelo que é "comum" em nossa natureza - pecaminosa, não se esqueça - mas pelo o que nos ensina a Palavra do Deus que se revela em Jesus.

E, pelo pouco que tenho entendido até agora, essa Palavra nos ensina que não devemos nos acomodar de forma nenhuma.

"E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rom 12:2)"

E mais. A Palavra nos ensina que estamos em guerra.

Por exemplo: "Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação. (1Pe 2:11-12)"

Ou quando nos mostra a luta: 
"porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. (Ef 6:12)"

"Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. (Gál 5:17)"

Guerra?
Uma pesquisa rápida na Web, nos leva a uma definição interessante sobre a guerra:

"Guerra é um confronto sujeito a interesses da disputa entre dois ou mais grupos distintos de indivíduos mais ou menos organizados, utilizando-se de armas para tentar derrotar o adversário. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra)"

E aparece, então, uma palavrinha "mágica", "adversário", muito usada pelos apóstolos:

"- Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não dêem ao adversário ocasião favorável de maledicência. (1Tm 5:14)
- linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito. (Tit 2:8) 

- Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;
(1Pe 5:8)  "

Ora, me parece, pelo que tenho visto na minha própria vida, e no mundo que me cerca, que apenas um lado está realmente em guerra, usando todas as armas disponíveis para derrotar o adversário. Eu queria poder dizer que eu estou desse lado. Mas preciso confessar que não.

Estou lutando uma luta que não é a minha. A luta do pão nosso de cada dia. A luta pelo que comer e o que vestir. A luta pelo futuro de minha vida e de minha família. Me parece que essas coisas, segundo a Palavra, não fazem parte da minha luta. Quem cuida delas é o Pai.

E o que ocorre? A luta que é a minha eu não luto - ou luto com poucas forças.

E não precisamos espiritualizar - no mau sentido - nossa luta verdadeira.

Lutar contra os principados e potestades é viver uma vida plena em Jesus, aqui e agora. Pois se esses são os dominadores desse mundo tenebroso, quando eu, com minha vida, luto contra toda e qualquer injustiça "institucionalizada" contra meu próximo, estou lutando minha luta.

Lutar contra o pecado é minha luta, e as batalhas ocorrem quando eu nego a minha natureza egoísta e corrupta, não apenas no secreto do meu quarto, ou no aconchego da reunião dominical, mas no dia a dia no meu trabalho, pagando o preço por isso. 

Não me conformar com o mundo e seu sistema de pensamento, sua cosmovisão, é dar as costas para tudo o que pode vir a me beneficiar, mas que não geram dividendos no local correto - (Mt 6:19-21)

Eu quero mudar um pouco essa guerra, pelo menos pessoalmente.
Porque viver a vida cristã abaixo daquilo que está disponível para todos nós, não é viver. Não é nem sobreviver.

É pecar.