sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O reino de Deus aqui e agora



Em um post anterior, eu comentava sobre uma citação de J.C. Ryle, que dizia que nosso amor pelo reino deveria aumentar dia a dia.

Pode ser que alguns tenham entendido que falava de uma vida "chata", "santarrona", cheia de "não pode".

Creio que não seja isso.

Ontem estive entre as praias de Charitas e São Francisco, aqui em Niterói (RJ), e pensei sobre isso. Olhei aquela enseada espetacular  (a foto do post é antiga, mas dá uma noção) e conversei com meus botões: - Amar isso aqui é amar o Reino.

Sim. Apesar de sabermos que o mundo jaz no maligno, não podemos nos esquecer que o criador não foi ele. A criação é uma obra estupenda de Deus, para mostrar a Sua glória e para que pudéssemos viver em um lugar perfeito.

Quando eu amo mais observar a criação do que correr atrás de coisas materiais, creio que estou aumentado meu amor por Deus e Seu reino.

Quando amo mais passar tempo com minha família, com as pessoas, do que gastar meu tempo fazendo "alianças" políticas, em reuniões "sociais" com o objetivo de me "posicionar", eu creio que estou amando o reino. E esse tipo de reunião não acontece só no "mundo". Se não tomarmos cuidado, estamos dentro da igreja nas mesmas reuniões.

Vivemos em um mundo de correria e somos puxados para ações e pensamentos que estão longe de priorizarem o reino. Quando a gente diminui o ritmo e olha ao redor, percebe que o reino está para todo o lado, disponível a todos nós que já entendemos quem somos e para onde vamos.

Sua família, seus amigos - quer possam te ajudar "socialmente" ou não - sua igreja, uma praia, um lago, o céu, uma caminhada para respirar e pensar na vida. Para mim, tudo isso é reino. Priorizar isso é priorizar o reino.

Porque Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. (Sl 19:1-4)

Estamos no meio de um culto constante. Só precisamos parar para ouvir e participar.

(crédito da foto: http://www.fotosdeviagem.hpg.ig.com.br/pertodorio.htm)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Exercitando a imaginação - E se essa ceia fosse hoje?

Confesso que sou fã dos filmes de ficção, onde somos levados a mundos completamente distintos do nosso. Não gosto muito de filmes que retratam a realidade. Para mim, cinema é momento de desconexão com o dia a dia, onde posso deixar a mente solta, a vagar pelos cenários que os diretores nos proporcionam. Por isso amei “Senhor dos Anéis”, “As crônicas de Nárnia”, “Guerra nas Estrelas”. É uma questão de gosto. Não há nenhum tipo de julgamento crítico do que é melhor e do que é pior. 

Apenas gosto.

Os filmes citados, têm em comum a capacidade de soltar nossa imaginação. Quando criança, após ver um desses filmes, ficávamos dias, semanas, recriando e expandindo tais mundos em nossas brincadeiras. Quem de minha geração nunca se imaginou como o Superman, voando para salvar a humanidade? Na verdade, para salvar aquela meninha por quem éramos apaixonados!

Em nosso mundo racionalista, matemático e científico, a imaginação perdeu um pouco de espaço. Fica restrita à criança. Me parece que nem mesmo nossos adolescentes colocam as imagens em ação, permitindo a imaginação levá-los a diversos lugares. Certamente, fruto de uma geração que lê muito pouco ou quase nada.

Em seu prefácio ao livro “Trovão Inverso: O livro do apocalipse e a oração imaginativa”, o pastor Ricardo Barbosa diz:

A contribuição da cultura moderna para o estudo e a análise racional e sistemática de um texto foi fundamental para a igreja se libertar da tirania do obscurantismo da Idade Média. As ferramentas exegéticas e hermenêuticas ajudaram os cristãos a interpretar as Sagradas Escrituras e a compreenderem o que seus escritores realmente queriam dizer. Contudo, a consciência racional e científica moderna criou uma forma de atrofia para a imaginação e, consequentemente, uma compreensão limitada para a revelação bíblica”

O autor do livro, pastor Eugene Peterson, diz à frente:

Leio Apocalipse não para obter mais conhecimento, mas para reavivar minha imaginação.


Avivando nossa imaginação - Inventando uma história

Quero lhes pedir permissão para exercitar junto com vocês minha imaginação. Me permitam contar a história rápida, daquilo que imagino de um dos textos que mais me impactaram – mesmo antes de minha conversão – na Palavra do Senhor:

Ao anjo da igreja de Laodicéia escreva: “Estas são as palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus. Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca.

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo (Ap 3:14-22)
 
Enquanto conto essa história muitas coisas pessoais vão aparecer. Não me preocupo com isso. Podem ser coisas parecidas ou não com as suas, mas é aquilo que gostaria de falar.

Caminhe comigo e imagine a seu próprio momento nesse texto.

A minha ceia com Ele.

É tardinha

O sol vai se pondo. 

Estou em uma casa de campo. Sempre penso nesse encontro ocorrendo em uma casa de campo, rústica, quase como uma fazenda ou sítio. Estou sentado em uma sala, lendo algum livro, quando alguém bate à porta e chama meu nome.

Me levanto para atender. Completamente eufórico e assustado, coração batendo na ponta do nariz, vejo meu Senhor parado na entrada, sorrindo para mim e perguntando se podemos comer juntos.

Me lembro de quando era criança. Meus avós maternos moravam em iguaba gande, para onde minha família ia todo fim de semana. Era um lugar rural naquela época – já se vão 30 anos!. Nesse tempo, era comum que o programa “Fantástico”, da rede globo, exibisse noticias sensacionalistas. Histórias de lobisomens eram comuns! E, era sempre em Iguaba - deserta àquela época - que eu assistia as reportagens.

Confesso que sempre que alguma reportagem sobre Jesus era exibida, me vinha um medo de encontrá-lo.

Agora, com Ele à porta, me lembro desse medo. Mas percebo que se tornou uma reverência profunda por aquele homem-Deus parado na porta.

Sem saber se choro, rio, canto ou me ajoelho, digo balbuciando que sim, Ele pode entrar. 

Como Marta, fico logo ansioso, preocupado com o que irei oferecer ao Rei dos Reis. Não tenho nada à altura. Mas ele traz um pacote, de onde tira o pão mais maravilhoso com já pude ver e sentir o aroma, bem como uma garrafa do melhor vinho que já existiu. Me lembro do texto da ceia, (Mat 26:29) Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai.

Hoje, ele irá beber comigo.

Como filho de meu tempo, minha imagem física de Jesus é que foi criada na arte da Idade Média: Um homem forte, de cabelos longos e barba. É assim que o vejo nesse jantar.

Pego duas taças de vinho e pratos para comermos o pão. Nos sentamos à mesa. Seu olhar vai muito além do que palavras podem descrever. Uma firmeza assustadora de propósito. Ao mesmo tempo, uma ternura que só vi parecida nos olhos de meus pais.

O que digo nessa hora? Há algo a dizer? Certamente, milhares de perguntas:
- Por que tanto sofrimento, seu e nosso? Por que nem todos serão salvos? Por que tantas guerras? Por que tanta violência nas cidades? Por que tanta ganância das autoridades? Por que tantos pobres e miseráveis, tanta doença?

Certamente sua resposta seria fundamentada no pecado. Eu sei disso. Por isso, perguntas não têm lugar nessa conversa.

Eu só quero dizer três coisas:

1 – Me perdoa, Senhor!

Não tanto pelos pecados que cometi antes de Te conhecer. Eu era cego, surdo e mudo, morto para uma vida contigo.

Peço perdão para o que mais me dói. Pelos pecados que continuei a cometer mesmo depois de conhecer. Me envergonho demais disso!

Perdão porque muitas e muitas vezes minhas prioridades foram egoístas. Só pensei em mim. Não pensei em minha família, minhas enteadas, filha e esposa. Elas ficaram atrás de minhas prioridades. Meus pais, irmãs, avós, tios... Todos estiveram muitas vezes abaixo das prioridades que elegi para mim: Um bom emprego, dinheiro para uma vida mais segura e confortável, status, e reconhecimento de amigos e pessoas de destaque.

Um grande amigo adoeceu e morreu, e só o vi à beira da morte, porque não tive a prioridade certa! Nossa vida seguiu, correria para os dois, e não nos vimos nem nos falamos mais por telefone. Eu sabia que ele estava doente, mas não dei a devida atenção. 

Até que era tarde demais.

Mesmo o Senhor não foi minha prioridade todos os dias de minha vida!

Perdoa Senhor, porque não percebi a necessidade de gente que estava bem próxima a mim. Agi muitas e muitas vezes como o sacerdote e o levita daquela parábola que o Senhor contou. Usei aquilo que o Senhor me deu: saúde, dinheiro e tempo, para outras coisas, enquanto à minha volta muitos estavam com fome, sem condições mínimas para uma vida humana aceitável.  

Comprei carros caros, quando podia ter comprado carros mais baratos.  Poderia ter usado, como bom mordomo, o restante do dinheiro para ajudar meu irmão. Roupas e acessórios foram mais importantes que pão e leite na mesa das pessoas.

Me perdoa porque tive muita dificuldade em perdoar. Muita mesmo. Não percebi, nos momentos em que fui alvo do pecado dos meus irmãos, o quanto o Senhor já havia me perdoado, e continuava a me perdoar. Minha honra, ou seja lá o que for, foi mais importante do que obedecer ao Senhor e perdoar, assim como fui e era perdoado. 

Senhor como isso era e é difícil para mim. Acho que no fim das contas, continuava achando que eu era a coisa mais importante do mundo, o centro de tudo. Assim, se fosse magoado de alguma forma, isso era quase que uma afronta ao maior ser humano de todos. Quanto arrogância!

Me perdoa, enfim, Senhor, porque o Senhor não foi, na maioria das vezes, o centro do meu universo. 

Por isso, todos os outros pecados. 

Mesmo quando eu ia à igreja, estava no meio da comunidade, muitas e muitas vezes o que me levou lá não foi a adoração genuína ao Senhor, mas a tentativa de parecer santo o suficiente para ser um deles. Meu coração não esteve sempre encharcado de temor, adoração e reverência, como está agora aqui junto contigo. 

Vezes sem fim, achei tudo muito igual, chato, sem perceber que o maior motivo de estar vivo era glorificar o Seu Nome e me alegrar dias após dia no Senhor. Mesmo que todos os meus dias fossem iguais, seriam, se tivesse percebido isso mais claramente, diferentes. Todos os dias haveria algo de novo do Senhor para minha vida e essa expectativa me permitiria viver muito melhor.

Posso, então, ouvir sua voz, gentil e poderosa, a dizer a mesma coisa que disse ao paralítico descido pelo telhado (Mc 2:5): Filho, perdoados são os teus pecados.

Eu apenas choro.

Comemos um pedaço de pão e tomamos um gole do vinho. Eu continuo:

2 – Obrigado, Senhor, por sua Graça.

Mesmo com todos esses pecados, anteriores e posteriores a ter te reconhecido como Senhor e Salvador da minha vida, o Senhor me amou e continuou me dando novas oportunidades.

Sua graça me permitiu ter uma boa família, pais, irmãs, esposa, enteadas e filha. Os mesmos que não priorizei, apesar de meus erros. Gente bonita, companheira.

Sua Graça me permitiu estudar. Fui além dos meus pais na formação que tive, pela bondade do Senhor através da vida deles. Sim, porque eles lutaram. E isso me permitiu ter um bom emprego. Entretanto, nada disso valeria algo se o Senhor não me desse saúde para trabalhar, de forma que eu pudesse ter até mais do que o pão de cada dia.

Sua graça me livrou de coisas que vi com meus próprios olhos e de coisas que nunca soube e só saberei na eternidade contigo. Acidentes, brigas, tiros. De tudo isso o Senhor me livrou e livra.

Sua graça me livrou de mim mesmo. Muitas vezes meus planos eram errados e minhas orações pediam coisas que não seriam boas para mim. O Senhor não permitiu que esses planos se cumprissem. Fechou portas, mudou coisas, moveu o mundo, para que meus desejos errados não me levassem a um caminho mal.

Eu reclamei um bocado de algumas coisas, mas o Senhor sustentou tudo, tudo, de forma maravilhosa! Seu plano nunca falhou e se cumpriu na minha vida, mesmo quando não entendia e não entendo.

Mais importante que tudo isso, Senhor.  

Apesar de merecer o inferno, a eternidade sem Tua presença, o Senhor me amou, morreu por mim e me escolheu para a Salvação. Bendito Seja o Teu Nome Senhor, porque me garantiu a eternidade junto a Ti. Coisa espetacular! Não estou mais solto no mundo, perdido em minhas angústias, mas o Senhor me comprou para Ti mesmo!

O Senhor me olha ternamente e diz: (Jo 15:9) Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor.


3 – Finalmente, Senhor, Eu te amo!

Por tudo isso que o Senhor fez. Por seu perdão, sua Graça, seu amor por mim. Não poderia responder de outra forma, Senhor Jesus, do que dizendo: Eu te amo!

Mesmo sendo pecador, ainda cometendo pecados, minha alma está apegada ao Senhor. Eu olho toda a Sua criação e te louvo. Meu amor aumenta quando posso ir a uma praia e ver o pôr do Sol. Que Deus maravilhoso criou isso? Que artista perfeito fez toda essa perfeição para mim? O Meu Senhor! Ele criou todas essas coisas, para que o Nome Dele fosse engrandecido e para que nós, criados a sua imagem e semelhança, pudéssemos nos regozijar.

Senhor, Eu te amo! Meu coração se envergonha quando erro, porque eu te amo e não quero te entristecer com meu pecado. Senhor, por causa desse amor por Ti, e por quem Você é, eu quero ser perfeito, santo.

Quero poder congregar com meus irmãos e te louvar não por um compromisso social, não para ser aceito no meio deles. Quero levantar minhas mãos como reflexo de meu coração que te ama! Quero cantar às nações o quão grande o Senhor é! Sim! O Senhor é grande. 

Sê exaltado na minha vida Senhor. Que meus atos possam refletir esse amor. Por favor, me ajude a me arrepender todas as vezes que errar, mesmo que sejam muitas. Me ajude a sempre, sempre, ter um coração grato por tudo, na alegria ou na tristeza.

Senhor, eu te amo. E não descansarei até aquele dia, quando o Senhor me dará um novo corpo, livre do pecado que me assedia, e poderei ser perfeito na Sua presença. Ah, que dia mais ansiado. Sim, que meu único anseio seja a chegada desse dia!

Que meu amor por ti seja forte o suficiente para viver uma vida de plenitude em Tua presença. E que essa plenitude seja baseada somente em Ti, e não nas coisas vãs que o mundo oferece.

Eu te amo Senhor, te amo!

Despedida 

Jesus me olha profundamente. Que olhar era aquele? Eu me quedo, ajoelhado diante Dele, que me levanta e me abraça.

Quanto tempo dura esse abraço em minha imaginação, não sei. Mas é a melhor coisa que sou capaz de imaginar.

Minha história é mais ou menos assim.

No texto

Eu não acho coincidência que esse texto esteja inserido na passagem de apocalipse. Só uma vida de arrependimento, gratidão e amor profundo ao nosso Senhor pode nos livrar de sermos mornos, de estarmos salvos na igreja para sermos apenas passageiros na história. De virmos domingo após domingo apenas para um evento social.

Só essas coisas nos levarão a uma vida de santidade, que não negocia nada que vá desagradar ao Senhor, objeto de nosso mais profundo amor!

Só essas coisas nos mostrarão que a riqueza não está nas posses, mas no ouro que apenas o Senhor tem para nós: a Sua presença. Arrependimento, ação de graças e amor ao Senhor nos permitirão ter vestes brancas e vivermos uma vida de santidade. Mesmo que caiamos, isso nos trará de volta rapidamente ao Senhor. Nossos olhos, limpos pelo colírio dEle, poderão ver as coisas da maneira correta, que é a maneira de Sua Palavra e não a nossa.

Ele disciplina a quem ama, como diz o texto. Aonde o Senhor tem te disciplinado? Fique firme! Leve as coisas do Senhor a sério, e viva uma vida de arrependimento, de gratidão e de amor a Ele.

O mais interessante dessa passagem é que o Senhor bate à nossa porta todos os dias. Não é preciso esperar mais. Se você ainda não o recebeu como Senhor e Salvador, faça isso hoje, agora! Não deixe para amanhã. Se você já O tem como Senhor de sua vida, viva essa vida plena em Sua presença.

Arrependimento, gratidão e amor a Ele, são possíveis hoje, na história de cada um de nós. Não precisa ser apenas fruto da minha imaginação.

Ele está à porta hoje.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aviso aos amigos que nos visitam

   Eu gosto muito de ler. Um dos maiores prazeres que tenho é sentar em meu escritório e passar um tempo lendo um livro, permitindo que as idéias do autor dancem com as minhas durante um tempo.

Alguns - mentira, a maioria - dos autores dançam muito, muito melhor que eu. Mas pelo menos corro atrás para aprender uns passos novos.

Bem , por que estou escrevendo isso?

Porque vez ou outra você vai encontrar aqui um link para uma livraria virtual de alguns amigos meus, a Publicata. Como são amigos - os conheço - e os descontos são muito, muito bons, eu fico tranquilo em direcionar para eles.
É uma livraria especializada em material evangélico. Assim, quando for evangélico direciono para eles.

Não ganho nada com isso, a não ser o fato de que vocês podem ler bons livros a preços bem legais.

Nos acostumamos com a fartura?



Interessante como as coisas acontecem no nosso dia a dia. Como um pensamento leva a outro rapidamente!

Dan Phillips, do Pyromaniacs, postou hoje a continuação de sua avaliação do Bible Works (excelente software para estudo bíblico!), fazendo algumas perguntas que me fizeram pensar.

Resumindo, ele questiona:
- Não é fascinante a quantidade de material disponível para estudo da Palavra?
- Mais fascinante: Pense em Agostinho, Lutero, Calvino, etc... Não tinham nem um percentual daquilo que temos hoje, e como produziram!
- Então, levando em consideração as duas perguntas anteriores, não é chato o fato de que temos produzido - e realizado! - tão pouco?

Realmente, como somos preguiçosos! Os caras do passado não tinham essa quantidade de material, mas fizeram tanto pelo Reino. Hoje, você pode escolher muitas e muitas bíblias de estudo, comentários, dicionários, e muitos outros "ários" que você precisar, mas o resultado disso na nossa vida, na nossa casa, na nossa igreja, na nossa cidade e no mundo tem sido tão pequeno!

Será que nos acostumamos com a facilidade? Será que a luta, a dificuldade, a falta, nos faz melhores pessoas? Fico pensando no tipo de cristãos que somos hoje e o tipo de cristão que existia na época das perseguições.

Não precisamos ir longe no tempo para verificar isso. Pense nas tribos que estão sendo evangelizadas hoje. Um bom exemplo é o pastor (esse sim, apóstolo) Ronaldo Lidório. Foi para o meio da África, encontrou os Konkombas, escreveu a gramática da língua desse povo e traduziu a Palavra.

Antes de conseguir ter a Bíblia na língua, as pessoas daquela etnia decoravam os textos bíblicos, e viajam dias até sua tribo para falar de Deus para os de sua casa. Me lembro do pastor Ronaldo citando o caso de uma mulher que, depois de três dias de caminhada, esqueceu uma parte do texto.

Ela não continuou, pensando: "Eu faço uma paráfrase. Falo o que entendi". Não! Ela voltou três dias caminhando para decorar mais uma vez o texto!

É, o que me parece, o que a escassez faz com o homem. Quem não tem comida - e tem muita gente nessa situação no mundo - dá muito valor ao pouco que aparecer. A gente, com muita fartura, fica gordo e joga um monte de comida fora.

Podemos dar uma parada e pensar um pouco nisso? E, pensando, podemos tomar uma atitude na direção da mudança, da vida mais plena em Jesus?

Dá próxima vez que a luta aparecer, seria legal a gente pensar que pode ser Deus nos fazendo melhores, nos tornando menos acostumados com a fartura.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Muito prazer e pouca urgência?


Kevin de Young, nesse post, lembra a lição de J.C. Ryle sobre santidade: Devemos medir nosso crescimento espiritual pela comparação do prazer que gera em nós as "coisas espirituais" e as "coisas do mundo".

Nenhum tipo de censura pelas coisas do mundo. Apenas um lembrete: Estamos em uma jornada para a pátria celestial. Nosso prazer pelas coisas de lá aumenta ano a ano, enquanto o prazer pelas coisas de cá decresce na mesma proporção?

Creio que o que tenho pensado sobre a urgência passa um pouco por isso. Não temos a urgência necessária porque ainda "gostamos" muito do que temos por aqui.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Não mudamos a cidade por falta de urgência?



Um dos "papas" de gestão nos EUA, John Kotter, escreveu um livro chamado Sentido de Urgência, onde mostra a necessidade das empresas e pessoas focarem mais naquilo que desejam entregar.

É um conceito empresarial.

Mas será que temos, como discípulos de Cristo, focado no que é importante?

Ou será que perdemos o sentido de urgência quanto ao chamado para sermos sal, luz, e para fazermos discípulos?

Me parece que o crescimento da igreja evangélica tem sido mais importante no aspecto quantitativo do que qualitativo. Ou seja, estamos enchendo as igrejas mas não estamos enchendo de discípulos as famílias, as ruas, as cidades, os escritórios.

E quanto a sermos sal e luz: Quando você olha ao redor, quando você lê as notícias, você percebe uma sociedade iluminada e conservada do mal? Estamos em franca luta contra o mal em todas as frentes, mas esse povo todo que mudou o rumo das eleições 2010 não deveria tornar a cidade mais justa?

Fico pensando com meus botões se REALMENTE levamos a sério a Palavra. Ou se CREMOS na Palavra.

Inferno ainda faz sentido para nós? Céu? Salvação? Justiça? Verdade?

Essas coisas ainda são urgentes ou perderam prioridade para uma boa situação financeira, um bom cargo, uma boa formação acadêmica?

É mais urgente para você se destacar no sociedade ou "gastar" um tempo com aquele menos favorecido, mostrando a ele, com sua experiência, como ter uma vida mais plena em Jesus?

É mais urgente o doente ou o cinema? Podemos ir ao cinema? É claro que sim! Mas, temos visitado os doentes? Os encarcerados? Ou isso não é importante?

Creio que perdemos a urgência da luta que travamos e daquilo que cremos.

Ou pelo menos daquilo que dizemos que cremos.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Evangélicos mudam o rumo da eleição, mas não mudam a cidade


Mudamos a eleição. Não importa se por uma fraude, uma manipulação na Internet. O que fica é:podemos fazer algo, mudar o rumo da nação.

Como muitos dizem, somos a comunidade mais conectada que existe. Nos encontramos toda semana, mais de uma vez. Podemos nos mobilizar com muita, muita facilidade.

Dessa vez. nos mobilizamos, coordenados ou não, para mudar o rumo da eleição de 2010. Foi bom.

É bom sabermos que nao fizemos isso sozinhos. A onda verde da Marina atingiu um grupo grande de jovens, de pessoas inconformadas com a forma de se fazer política no Brasil. Nesse grupo havia gente de muitos credos, ou até sem credo.

Mas fomos importantes.

Então, por que não nos mobilizamos mais vezes, e por mais coisas?

Moro em Niteroi, estado do Rio de Janeiro. No começo desse ano, fomos assolados por uma catástrofe que deixou um rastro de morte e de muitos desabrigados.

Passado o susto, 6 meses depois, nada concreto foi feito. Casas continuam em áreas de risco, familias continuam sem teto.

Quando da tragédia, nos mobilizamos, ajudamos diretamente ou enviamos ajuda.

Mas, agora estamos parados, vendo o poder público omisso. Não devíamos continuar com o mesmo pique? Será que realmente podemos fazer diferença?

O que nos falta?

O que me falta?