quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Estamos em guerra ou de férias?





Como tenho escrito por aqui, estamos nos acostumando ao mundo com muita facilidade. Me parece, olhando para dentro de mim e no convívio com algumas pessoas, que é de nossa natureza esse movimento de "ir conforme a maré". Creio que, como diz a expressão, gera menos esforço.


É para isso que somos chamados?

O problema, me parece, é que, como cristãos, deveríamos ser norteados não pelo que é "comum" em nossa natureza - pecaminosa, não se esqueça - mas pelo o que nos ensina a Palavra do Deus que se revela em Jesus.

E, pelo pouco que tenho entendido até agora, essa Palavra nos ensina que não devemos nos acomodar de forma nenhuma.

"E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rom 12:2)"

E mais. A Palavra nos ensina que estamos em guerra.

Por exemplo: "Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação. (1Pe 2:11-12)"

Ou quando nos mostra a luta: 
"porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. (Ef 6:12)"

"Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. (Gál 5:17)"

Guerra?
Uma pesquisa rápida na Web, nos leva a uma definição interessante sobre a guerra:

"Guerra é um confronto sujeito a interesses da disputa entre dois ou mais grupos distintos de indivíduos mais ou menos organizados, utilizando-se de armas para tentar derrotar o adversário. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra)"

E aparece, então, uma palavrinha "mágica", "adversário", muito usada pelos apóstolos:

"- Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não dêem ao adversário ocasião favorável de maledicência. (1Tm 5:14)
- linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito. (Tit 2:8) 

- Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;
(1Pe 5:8)  "

Ora, me parece, pelo que tenho visto na minha própria vida, e no mundo que me cerca, que apenas um lado está realmente em guerra, usando todas as armas disponíveis para derrotar o adversário. Eu queria poder dizer que eu estou desse lado. Mas preciso confessar que não.

Estou lutando uma luta que não é a minha. A luta do pão nosso de cada dia. A luta pelo que comer e o que vestir. A luta pelo futuro de minha vida e de minha família. Me parece que essas coisas, segundo a Palavra, não fazem parte da minha luta. Quem cuida delas é o Pai.

E o que ocorre? A luta que é a minha eu não luto - ou luto com poucas forças.

E não precisamos espiritualizar - no mau sentido - nossa luta verdadeira.

Lutar contra os principados e potestades é viver uma vida plena em Jesus, aqui e agora. Pois se esses são os dominadores desse mundo tenebroso, quando eu, com minha vida, luto contra toda e qualquer injustiça "institucionalizada" contra meu próximo, estou lutando minha luta.

Lutar contra o pecado é minha luta, e as batalhas ocorrem quando eu nego a minha natureza egoísta e corrupta, não apenas no secreto do meu quarto, ou no aconchego da reunião dominical, mas no dia a dia no meu trabalho, pagando o preço por isso. 

Não me conformar com o mundo e seu sistema de pensamento, sua cosmovisão, é dar as costas para tudo o que pode vir a me beneficiar, mas que não geram dividendos no local correto - (Mt 6:19-21)

Eu quero mudar um pouco essa guerra, pelo menos pessoalmente.
Porque viver a vida cristã abaixo daquilo que está disponível para todos nós, não é viver. Não é nem sobreviver.

É pecar.

2 comentários:

Lecir Marques disse...

"...Porque viver a vida cristã abaixo daquilo que está disponível para todos nós, não é viver. Não é nem sobreviver.
É pecar."


Zé Eduardo,
Que Deus toque em cada um de nós para não desviarmos da luta certa. Que possamos viver conforme Ele planejou.
Com certeza os Seus cuidados estarão sobre nós a cada dia.

Muitas bênçãos pra você.

Abr.
Lecir

José Eduardo disse...

Amém Lecir!